Palestra sobre a EJA do DEBASI movimenta o Departamento de Ensino Superior

Na última sexta-feira, 28 de abril, antes do feriadão do Dia do Trabalhador, reunimos mais de 50 alunos do curso de graduação em Pedagogia no Auditório do DESU-INES. Houve a sintonia com o universo do trabalho e do significado de ser um estudante do noturno com a mesa protagonizada pelos professores Giselly Peregrino e Tiago Ribeiro com o título “Entre nós! Diálogos, Experiências e Saberes na Educação de Jovens, Adultos e Idosos Surdos”. O evento foi organizado pelo Grupo de Pesquisa “Educação, mídias e comunidade surda”.

Pergunta e afirmação de uma participante entusiasmada: “E valeu a pena? Ah se valeu a pena!”

O diálogo franco e animado, num ritmo cadenciado quase de um repente – arte brasileira baseada no improviso cantado que se origina na Arte Nordestina -, foi orquestrado entre os dois docentes, Giselly e Tiago, trazendo detalhes do que representa ser um estudante do noturno e o que é “a escolha da docência” na Educação de Jovens e Adultos – *e Idosos*- o EJA-*I* do INES. Os dois trazem na mala enorme bagagem de histórias. São exímios contadores de histórias, de causos acontecidos no noturno, em que ambos exercem o ofício de professor há mais de uma década.

Logo no início, os nossos tradutores Edecio e Felipe, Wallace e Luiz Claudio deram vida, em Libras, ao terceto de Manoel de Barros: “As coisas muito claras me noturnam”. Ficou belíssimo na poesia em Libras decantada por Edecio. Participaram também Fatima e Victor. Se não fossem os artífices-tradutores não teríamos metade da beleza da prosa e verso, em cena. O encontro teve a presença dos professores Alexandre Rosado, Cristiane Taveira e Tanya Felipe, com as suas respectivas turmas do noturno.

A metodologia da conversa foi narrada pelos próprios alunos: “foi uma leveza de conversa”, “atualíssima e experiencial”, “foi praticada e ensinada”. Os assuntos narrados e trazidos em forma de exemplos tinham amplo espectro: o estudante trabalhador que adormece em aula; a experiência de mundo e laboral do adulto; estudantes surdos (e ouvintes) com várias camadas identitárias; níveis diversos de aquisição de língua(s); o estudante neurodiverso, neurodivergente, com diferenças neurossensoriais na EJA *I*.

Diante disso, que materiais didáticos utilizar? Quais práticas foram trazidas pelos docentes? Um mosaico de experiências se descortinou com muita exemplificação de atividade prática e convergente com “o mundo lá fora”: de terrários a aquários, as lagartas, os girinos e a ciência viva nas aulas de Tiago, as tirinhas de humor garimpadas nas aulas de português de Giselly; o trabalho calcado no diálogo genuíno da Pedagogia Surda na perspectiva da Educação de Paulo Freire.

Além disso, fechamos a noite com um convite feito pela dupla a todos nós, espectadores atentos, para que estendêssemos esse bate-papo (ou “bate-mãos”) indo visitar o noturno do DEBASI e, ainda mais, nos comprometendo a levarmos doações de roupas ou adereços para o Brechó dos amigos da EJA*I*. É nesse espaço de ajuda coletiva que os estudantes do noturno constroem um mundo de conhecimentos matemáticos, de registro escrito, colaborativos e profissionais…

Quem quiser colaborar pode trazer algo (roupa ou adereço limpo, lavadinho e em perfeito estado) até a última sexta-feira, desse mês de maio, para que façamos uma visitinha por lá! Até breve!

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